segunda-feira, 1 de março de 2010

As mulheres da minha vida

Na minha infância tive o privilegio de ter uma vó e uma bisavó, pena que não percebi isso antes, pois teria aproveitado mas da companhia delas. Meus pais vieram para a cidade para que pudéssemos estudar, e para fugir da fome, já que vivíamos de favor em uma fazenda, e a presença da minha mãe e minha bisavó eram constantes na minha vida.

A minha vó! Eu tinha pesadelos com elas, sempre apressada em direção a roça e sempre arrumava algo para a gente fazer, mas o que mais me assustava nela hoje é o que mais me encanta: a voz, quase sempre em tons altos, gritantes e um jeito de falar, uma linguagem só dela, única, perfeita para minha vó.

O que mas gosto de ouvir é quando eu a chamo e ela me responde.

“Vó!” “Doque, minha neta?”

Meu Deus, como é bom ter ela por perto.

Já a minha bisa, como era doce a voz dela, mas parecia uma canção de ninar, iguais as que ela cantava enquanto contava histórias quando eu era criança. Que falta ela me faz! E minha mãe é a mistura das duas, a doçura e a dureza se alternam dependendo da ocasião.

E eu? Tento imitar para ver se minha filha sente por mim um terço do orgulho que eu sinto de cada uma delas.

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